"Heavy Metal não é um som podre..." - por Gabriel Oleron

Heavy Metal não é um som podre, esdrúxulo, piegas, porco, banal, enegrecido, satânico, blasfemico, inócuo, incompreensível e vil.
É um som calcado em estruturas da música clássica, que em bandas é evidente (Iron Maiden, Blind Guardian, Manowar) e em outras nem tanto (Metallica, Megadeth, Black Sabbath) para alguns ouvintes.

Sim, todos tem opinião, mas, sabe, quando a opinião é feita apenas por achismos e determinantes insólitas "Isso é que é som o resto é lixo", isso só propaga a ignorância, a falta de senso crítico, e as palavras mal-escolhidas só irão alimentar o MEDO do Heavy Metal, o MEDO dos outros, que por cultura inerente brasileira, é propenso a achar que "roque" é coisa de satanás... Então, apresentemos as bandas com um convite, uma explicação.

A raiva, a fúria, a angústia, o lirismo agressivo, são partes evidentes, mas nunca gratuitas. São a exposição de nossos conceitos educacionais sobre ética, respeito e controle. Todos temos os momentos de tensão e fúria, as "vontades" que dizemos como uma utopia, como quando dize-se coisas como "só se esganar esse sujeito" e afins... Então, o Heavy Metal, é uma evolução do Rock, a saída e o adeus a essência de "blues feroz" que é o Rock'n'Roll, e parte pra o som sincopado, estruturado, com cadências, uma soma da beleza estrutural do som Progressivo dos anos 70, aliado a fúria e velocidade do Punk Rock, com a distorção cada vez mais pesada e rasgante, como um urro, um berro, um grito, mas um urro/berro e grito motivado por histórias épicas ou reais, sociais ou individuais, religiosas ou banais, é enfim, a exposição musical do desabafo e desconto das frustrações adolescentes e adultas, a rebeldia cultural de uma fase da vida tão complexa e maravilhosa, e que com o passar dos anos, somos e estamos com mentes diferenciadas, conhecimento vasto da cultura mundial, não dependemos do "sistema", temos conceitos individuais e somos seres únicos que logram o mesmo tipo de motivação social, que é ser único, mas não burro ou egocêntrico, mas de sermos quem queremos ser, e nos orgulhar disso.

Essa é sim, a minha visão, que creio, que quem tenha 2 neurônios funcionando, pode ler isso com atenção, e perceber que não é um desabafo, e sim, uma explicação mais sofisticada, talvez pelo vocabulário, talvez por eu gostar de usar bem as palavras e fugir do óbvio, é uma, também, prova de que quem já leu o que usualmente escrevo, percebe o meu linguajar, a minha malemolência, meu jeito. Rock e Heavy Metal não se separam em essência, só podemos classificar e atribuir sensações aos dois gêneros. Mas de certo, é o tipo de música que se for real, e não propagandeada, não for algo "trajado" de "ro(s)queiro", se for o verdadeiro e puro Rock'n'Roll, até o famigerado Heavy Metal e seus filhos (Thrash, Speed, Death, Black, Doom, Power, entre outros), que fique claro, essa MÚSICA (não, não é "barulho que não dá pra entender nada... Só se você tiver 70 anos e sofrer de audição, ou ser tão preconceituoso ao ponto de não se deixar levar por um som tão bem trabalhado quanto qualquer Bossa Nova que exista.)

Por fim, antes de esbravejar que conhece de música, de história, de Rock ou Metal, conheça além da "Zona de Conforto" e aceite os variados gostos e tipos das vertentes praticamente ilimitadas que há no universo dos Power Chords e solos incendiários, baterias furiosas, baixos galopantes e vocais intensificados dos mais nobres sentimentos.

Não estou me dirigindo a ninguém, apenas estou externando que, em suma, o "som do capeta", o "som barulhento e incompreensível", é MÚSICA, e é o que EU AMO musicalmente, e um grandessíssimo "só lamento" a quem adquire a notória e perdoável ignorância de banalizar o que jamais tentou conhecer, só pra não reconhecer, RECONHECER, não deixar de gostar do que gosta, seja lá o que for, pra admirar e entender o que é de verdade o Rock'n'Roll, e principalmente, o Heavy Metal.

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